DIFERENÇA ENTRE FONÉTICA E FONOLOGIA
Dermeval da HORA
UFPB/CNPq – orientador
Adilson Luiz Pereira de Oliveira
Pós-graduando em Linguística aplicada ao português
RESUMO
O estudo sobre a fonética e a fonologia, teve inicio desde o século XX no qual Ferdinand Saussure foi o responsável em discutir sobre a fonética pelo qual foi de suma importância para o estudo da linguagem, especialmente nos dias de hoje. Dessa forma, há também diversos tipos de variantes na pronunciação, no entanto, isso depende de cada lugar. Porém a estrutura da escrita, fonologia, permanece, por outro lado, há uma modificação na pronunciação, apesar do preconceito linguístico em todo lugar. A fonética estuda sobre o som da linguagem humana já a fonologia esse tipo de ciência estuda o significado e a estrutura da linguagem.
ABSTRACT
The study about phonetics and phonetic and phonology have been started since twenty century whose Ferdinand de Saussure was the responsible to talked over about these subjects so important for the study language, specially nowadays. Anyway, there are several kinds of ways to make a pronunciation however this depend of each place, in spite of the write to keep the same on the other hand, the sound can be changed, in spite of the preconception language everywhere. All in all, phonetics, talk about the human being language and his sound. And the phonology, this kind of science study the mean of the human language his structure.
PALAVRAS-CHAVE
Linguagem, Significado, Estrutura.
KEY WORDS
study, started, pronunciation, language, structure.
Introdução
No decorrer da historia da linguagem humana surge a discussão dos parâmetros linguísticos que há tempos vem sido debatido em diversos níveis, cujo objetivo é mostrar como a fonética e a fonologia estão ligadas ao cotidiano.
Esse estudo no qual se diz respeito a fonética, teve inicio no fim do século XIX e inicio do século XX e um dos seus percussores foi Ferdinand Saussure, no qual fez uma analise mais detalhada sobre o assunto de extrema importância do padrão sociológico, psicológico e ideológico. Portanto, esses dois assuntos vieram para somar ao desenvolvimento linguístico e mostrar as divergências e as vantagens da fonética e da fonologia.
Esse estudo no qual se diz respeito a fonética, teve inicio no fim do século XIX e inicio do século XX e um dos seus percussores foi Ferdinand Saussure, no qual fez uma analise mais detalhada sobre o assunto de extrema importância do padrão sociológico, psicológico e ideológico. Portanto, esses dois assuntos vieram para somar ao desenvolvimento linguístico e mostrar as divergências e as vantagens da fonética e da fonologia.
1. Fonologia
Do Grego phonos = voz/som e logos = palavra/estudo, é o ramo da Linguística que estuda o sistema sonoro de um idioma, do ponto de vista de sua função no sistema de comunicação linguística. Esta é uma área muito relacionada com a Fonética, mas as duas têm focos de estudo diferentes. Enquanto a Fonética estuda a natureza física da produção e da percepção dos sons da fala (chamados de fones), a Fonologia preocupa-se com a maneira como eles se organizam dentro de uma língua, classificando-os em unidades capazes de distinguir significados, chamadas fonemas.
Entretanto, o /f/ e /v/ são exemplos de unidades distintivas do Português. É o que podemos observar num par mínimo como faca/vaca, pois o que garante a diferenciação entre essas duas palavras é a permutação entre os dois fonemas referidos. Unidades como [d] e [d͡ʒ], por sua vez, não fazem distinção entre palavras no português, embora sejam diferentes sob a ótica da Fonética.
Em quase todas as variedades do português no Brasil, o fonema /d/ é pronunciado de maneiras diferentes, dependendo de sua posição relativa a outros sons: diante de [i], é realizado como [d͡ʒ], ao passo que, diante de outras vogais, é pronunciado como [d] (cf. a diferença na pronúncia do primeiro som das palavras dívida e dúvida). Por não haver contraste entre as duas formas de pronúncia, a Fonologia não concebe os dois sons como fonemas distintos; entende-os como uma unidade do ponto de vista funcional e examina as condições sob as quais se dá a alternância entre eles.
Além disso, a Fonologia também estuda outros tópicos, como a estrutura silábica, o acento e a entonação.
1.1. Fonologia Gerativa
Há uma abordagem para Fonologia que trabalha com uma contrapartida mental e abstrata do som. Baseada em um sistema de traços distintivos, essa abordagem é uma das bases, por exemplo, da Fonologia Gerativa. A seleção de uma entidade abstrata como foco remete aos trabalhos do Círculo Linguístico de Praga. Nessa abordagem, é mais relevante a estrutura de traços de um fonema do que sua realidade concreta.
A partir do uso de traços distintivos em um plano mental, é possível explicar fenômenos fonológicos como o da assimilação de /d/ por /n/ na formação do gerúndio na Norma Não-Padrão do Português Brasileiro (“cantando” -> “cantano”). Por dividir muitas marcações de traços em comum com o /d, o /n/ acaba assimilando esse fonema. Pode-se visualizar esse processo através do esquema abaixo:
/n/ | /d/ | |
Soante | + | - |
Contínuo | - | - |
Anterior | + | + |
Coronal | + | + |
Sonoro | + | + |
1.2. Fonemas e ortografia
Os sistemas ortográficos de algumas línguas são baseados no princípio fonêmico de um grafema (letra ou combinação de letras) para cada fonema e vice-versa. Na prática, esse ideal de biunivocidade nem sempre é alcançado, sendo mais aproximado em algumas línguas do que em outras. Em português, por exemplo, o mesmo som é, por vezes, representado de maneiras diferentes, dependendo da palavra (e.g. /ʃ/, representado como x em <xadrez> e como ch em <chuva> — diferenciado como [ʃ] / [tʃ] apenas por escassos milhares de falantes do extremo nordeste de Portugal); outra possibilidade é a de uma mesma letra ser usada para fonemas diferentes (e.g. a letra e representa [e] em <medo>, como o [ɨ] em <padre> (em português europeu) e [ɛ] em <queda>).
Para inequivocamente representar todos os sons das línguas humanas, fonólogos e foneticistas empregam alfabetos fonéticos, projetados com o objetivo de caracterizar precisamente cada símbolo. O mais conhecido deles é o Alfabeto Fonético Internacional, conhecido como IPA, na sigla em Inglês. Uma das convenções largamente utilizadas em estudos da área é usar colchetes, "[ ]", para delimitar uma transcrição fonética, barras inclinadas à direita, "/ /", para delimitar categorias ou sequëncias de fonemas e parentesis angulares, "< >", para delimitar cadeias de caracteres (palavras, etc) de uma língua.
2. A Fonética
É o ramo da Linguística que estuda a natureza física da produção e da percepção dos sons da fala humana. Preocupa-se com a parte significante do signo linguístico e não com o seu conteúdo[1]. Segundo Borba[1], subdivide-se em:
- Fonética articulatória: estuda como os sons são produzidos, isto é, a posição e a função de cada um dos órgãos do aparelho fonador (língua, lábios, etc.);
- Fonética acústica: analisa as características físicas dos sons da fala, ou seja, as ondas mecânicas produzidas e a sua percepção auditiva.
Outros autores consideram também uma terceira subdivisão:
- Fonética auditiva: estuda os processos que realiza o receptor na recepção e interpretação da onda sonora.
A unidade básica de estudo para a Fonética é o fone. A fala humana é capaz de produzir inúmeros fones. A forma mais comum de representar os fones pelos linguistas é através do Alfabeto Fonético Internacional (AFI), desenhado pela Associação Internacional de Fonética (I.P.A.).
Alguns fones são auditivamente próximos entre si a ponto de se tornarem indistinguíveis. Por exemplo, o som de "rr" em alguns dialetos do português do Brasil é realizado foneticamente pela consoante fricativa velar surda (x no AFI). Entretanto, essa pode ser substituída pela consoante fricativa glotal surda (h no AFI) que a palavra que nela estiver continuará a ser reconhecida. A esse fenômeno, dá-se em fonologia o nome de alofonia. Assim, [x] e [h] são alofones do "erre" forte em português brasileiro. Um grupo composto de um fone e seus alofones para os falantes de um idioma é denominado fonema. Deve-se ressaltar que a alofonia entre dois fones é relativa. Por exemplo, no Alemão compõem fonemas separados.
O estudo dos fonemas é desenvolvido pela Fonologia. A fonologia e a fonética são frequentemente confundidas porque os conceitos de fone e fonema também geram confusão.
3. A diferença entre fonética e fonologia
A fonética e a fonologia, são duas ferramentas de estrema importância para a vida de todos falantes da língua portuguesa, nativa, ou não, para melhor compreensão do ser falante, bem quando se expõem essas duas funções tão usadas no nosso cotidiano, porém pouco analisadas. De acordo com Rocha:
“(...) estes dois ramos da ciência linguística não se opõem: antes se coordenam e completam. Porque somente com o apoio numa boa descrição fonética é possível depreender-se, com segurança, o quadro dos fonemas de uma língua. (Rocha 1992, p.14)".
Assim, percebe-se que a afirmação feita pelo autor rocha lima, tem seu fundamento quando ele faz essa relação, ou seja, não há um foco em apontar e argumentar sobre o mais correto e a melhor função ou distinção, mas a importância delas em se complementarem.
É bem verdade, como já foi mencionado que nem a fonética e a fonologia é mais importante do que a outra, haja em vista que cada um tem uma função essencial em cada aspecto do nosso aparelho fonador, aliás, os mecanismos da fala, são nada mais e nada menos, do que um "time de futebol", onde para ter um grande time, o grupo é primordial para que haja êxito, igualmente na língua. Como afirma Claudio Henriques (2007, p.1): O futebol é um sistema de sinais, isto é, uma linguagem. Tem todas as características fundamentais de uma língua. As palavras da linguagem do futebol se formam exatamente como as palavras da língua escrita e falada.
Dessa forma pode-se ter uma visão mais ampla sobre essa ciência que é a fala e apontar as funções onde mais se expõem o aparelho fonador, ou seja, a fossas nasais, véu palatino, lábios dentes, cavidade bucal, língua, dentes, lábios, epiglote, faringe, laringe e cordas vocais.
Mediante a esse "quebra-cabeça", ou seja, a cada ferramenta dessas, há uma essência, função e importância e juntas, quando essas peças são agrupadas, a possibilidade do aparelho fonador agir com perfeição é muito maior e assim sua desenvoltura.
A fonética e a fonologia andam agrupadas em sua distinção metodológica, mediante a isso, essa manifestação cientifica vem se ponderando desde o século XX, em decorrência de vários teóricos que foram importantes nesse foco, como Saussure.
A partir dessa esfera, é possível aderir direções para esses dois subsídios, a fonética, no qual, estuda os sons da fala e a fonologia que faz o estudo dos sons da linguagem humana. Lembrando, que nem uma se prevalece sobre a outra, pelo contrario há um complemento.
3.1 Fonética fonologia e suas funções
Para os que enfatizam a gramática normativa, afirmam que a gramática se restringe apenas a morfologia e a sintaxe, por outro lado, há linguistas que afirmam que fonética, faz parte desse quebra-cabeça, ou melhor, desse "tripé" da língua portuguesa. "toda língua se sustenta num tripé e se manifesta num amplo conjunto policromático"
A fonética, no qual é um objeto de estudo, portanto, uma ciência, tem como foco o estudo do mecanismo da linguagem humana, especialmente se tratando das emissões sonoras no aparelho fonador. Esse desenvolvimento da fonética quando apresentado por Ferdinand de Saussure no começo do século XX, faz o estudo necessário de trabalhar o significante da língua, ou seja, houve dicotomia entre as funções da língua e a fala.
Esse significado, que é a fonética e que, portanto, dá uma melhor ideia do que é esse sistema do plano da fala e que apresenta sucessivas regras na parte que ordena os aspectos fônicos da fala, ou seja, a preocupação da distinção da fala que varia de região para região. Dessa forma, é possível fazer uma melhor analise de como se comporta o alfabeto fonético e que há uma grande diferença daquilo que se escreve para o que se diz, tomamos como exemplo a palavra, cedo.
A letra "c" tem como função sons diferente, que podem ser de [k] e [s] ou de [z] isso está ligada diretamente a variante linguista que existe no Brasil. Portanto, isso se deve a constante mudança da língua, ou seja, ela não é algo estático quando se trata de seu estimulo da fala.
A fonologia, apresenta outro tipo de função bem complementar a fonética, que é da estrutura, que trabalha diretamente ao significante. Ela também pode ser chamada de fonêmica ou fonemática.
A fonologia, apresenta outro tipo de função bem complementar a fonética, que é da estrutura, que trabalha diretamente ao significante. Ela também pode ser chamada de fonêmica ou fonemática.
Essa ciência que estuda o aspecto fônico natural da língua, ou seja, ela vai se direcionar mais para os sons como função e até a significação linguística, mediante a isso, ela vai analisar e priorizar a analise fonemática presente na língua. E essa analise fonemática é nada mais nada menos do que identificar os fonemas utilizando a comutação, que tem como função ordenar e por lado a lado o significado das palavras que apresentam aspectos distintos.
Dessa forma, é possível fazer uso da palavra ponta/conta e fazer analise da diferença estrutural de uma para a outra, ou seja, além delas possuírem um segmento fônico inicial diferente, elas também apresentam significados distintos também. Esses fonemas podem ser classificados em vogais, consoantes, e semivogais. Neste segmento, podemos canalizar que a vogal, se trata do som formado vibração que há nas cordas vocais.
As consoantes ocorrem um obstáculo em seu som que pode ser parcial ou total, podendo ser oclusiva, quando há um breve fechamento total de ar como nas letras (p,b,t,c,d,q,g). Por outro lado, temos as constritivas, que, portanto, não há um bloqueio total, que podem ser fricativas, o ar é expelido por conta da fricção nas letras (f, v,s,c,ç,z,ch,j,g) e podem ser também laterais, ou seja, quando o ar passa pelos dois lados da cavidade bucal.
Dessa forma, é possível fazer uso da palavra ponta/conta e fazer analise da diferença estrutural de uma para a outra, ou seja, além delas possuírem um segmento fônico inicial diferente, elas também apresentam significados distintos também. Esses fonemas podem ser classificados em vogais, consoantes, e semivogais. Neste segmento, podemos canalizar que a vogal, se trata do som formado vibração que há nas cordas vocais.
As consoantes ocorrem um obstáculo em seu som que pode ser parcial ou total, podendo ser oclusiva, quando há um breve fechamento total de ar como nas letras (p,b,t,c,d,q,g). Por outro lado, temos as constritivas, que, portanto, não há um bloqueio total, que podem ser fricativas, o ar é expelido por conta da fricção nas letras (f, v,s,c,ç,z,ch,j,g) e podem ser também laterais, ou seja, quando o ar passa pelos dois lados da cavidade bucal.
4. Alfabeto fonético internacional
O alfabeto fonético internacional (referenciado pela sigla AFI[1][2][3] e pela sigla em inglês IPA, [4][5][6] de International Phonetic Alphabet) é um sistema de notação fonética baseado no alfabeto latino, criado pela Associação Fonética Internacional como uma forma de representação padronizada dos sons do idioma falado. [7] O AFI é utilizado por linguistas, fonoaudiólogos, professores e estudantes de idiomas estrangeiros, cantores, atores, lexicógrafos e tradutores. [8][9]
O AFI foi projetado para representar apenas aquelas características da fala que podem ser distinguidas no idioma falado: fonemas, entonação, e a separação de palavras e sílabas. [7] Para representar características adicionais da fala, como o ranger dos dentes, língua presa e sons feitos com lábios leporinos, utiliza-se de um conjunto ampliado de símbolos, chamados de extensões ao AFI.[8]
Ocasionalmente outros símbolos também foram adicionados, removidos ou modificados pela Associação Fonética Internacional. Em 2008 o AFI possui 107 letras distintas, 52 diacríticos e quatro marcas de prosódia.
Os símbolos do alfabeto fonético internacional são divididos em três categorias: letras (que indicam os sons básicos), diacríticos (que especificam mais esses sons básicos) e suprassegmentais (que indicam características, como velocidade, tom e acento tônico). Essas categorias são divididas em seções menores: as letras podem ser vogais ou consoantes e os diacríticos e suprassegmentais são classificados de acordo com o que indicam: articulação, fonação, tom, entonação ou acentuação tônica. De tempos em tempos, símbolos são adicionados, removidos ou modificados pela Associação Fonética Internacional.
Em 1886 um grupo de professores de idiomas franceses e britânicos, liderados pelo linguista francês Paul Passy, formou o que passaria a ser conhecido (de 1897 em diante) como Associação Fonética Internacional (em francês: Association phonétique internationale). [10] O alfabeto original teve como base uma reforma ortográfica do inglês conhecida como alfabeto rômico, porém para adequá-lo a outros idiomas os valores dos símbolos tornaram-se variáveis de acordo com as características de cada língua. [11] Por exemplo, o som [ʃ] (ch em "chave") era representado originalmente com a letra <c> no inglês, porém com a letra <x> em francês.[10] Em 1888, entretanto, o alfabeto foi revisado e uniformizado em todos os idiomas, e adquiriu assim uma base para todas as revisões futuras.[10][12]
Desde a sua criação o AFI passou por diversas revisões. Depois das principais revisões e expansões, ocorridas em 1900 e 1932, permaneceu inalterado até a convenção de Kiel, realizada em 1989. Uma revisão de menor importância ocorreu em 1993, com a adição de quatro vogais semicentrais[8] e a eliminação dos símbolos para as implosivas surdas. [13] O alfabeto foi revisado pela última vez em maio de 2005, com a adição de um símbolo para o flape labiodental.[14] Além da adição e eliminação de símbolos, as mudanças no AFI consistiram na sua maior parte da renomeação dos símbolos e de suas categorias, e na modificação das fontes utilizadas.[8]
Recentemente o alfabeto foi expandido: As extensões do alfabeto fonético internacional foram criadas em 1990, e oficialmente adotadas pela Associação Internacional de Linguística e Fonética Clínica em 1994. [15]
A maioria das letras do alfabeto é originária do alfabeto romano ou derivada dele, algumas são do alfabeto grego e outras não parecem pertencer a alfabeto nenhum.
O princípio geral do alfabeto fonético internacional é fornecer um símbolo para cada som ou segmento de fala distinto. [16] Isto significa que o alfabeto não se utiliza de combinações de letras para representar sons únicos, ou de letras únicas para representar mais de um som (como o <x> pode representar [ks] no português). Não existem letras que têm valores sonoros diferentes de acordo com o contexto (como o <c> possui no português e em outros idiomas europeus) e, finalmente, o AFI não costuma ter letras separadas para dois sons, se nenhuma língua conhecida fizer distinção entre eles (uma propriedade conhecida como "seletividade"[8]).
Entre os símbolos do alfabeto, 107 representam consoantes e vogais, 31 são diacríticos utilizados para especificar ainda mais estes sons, e 19 são utilizados para indicar características como quantidade, tom, tonicidade e entonação.
4.1. Formatos das letras
Os símbolos escolhidos para o alfabeto fonético internacional têm como intenção a harmonia com o alfabeto latino. Por este motivo, a maioria dos símbolos ou é derivada das próprias letras latinas ou das gregas, ou modificações de ambas. Existem, no entanto, símbolos que não pertencem a nenhuma das duas: por exemplo, o símbolo que indica a oclusiva glotal, <ʔ>, tem a forma de uma espécie de ponto de interrogação, e era originalmente um apóstrofo.] Outros símbolos, como aqueles da faringal fricativa sonora, <ʕ>, embora modificados para serem utilizado em conjunto com o alfabeto latino, foram inspirados por glifos em outros sistemas de escrita (neste caso, a letra ﻉ, `ain, do alfabeto árabe). [13]
Apesar desta preferência por letras que se harmonizem com o alfabeto latino, a Associação Fonética Internacional admitiu ocasionalmente símbolos que não têm esta propriedade. Por exemplo, antes de 1989, os símbolos do AFI para os cliques eram <ʘ>, <ʇ>, <ʗ>, e <ʖ>, todos derivados tanto de símbolos já existentes para representá-los, ou de letras greco-latinas. No entanto, com a exceção de <ʘ>, nenhum destes símbolos era utilizado pelos hotentotistas ou bantólogos, e, como resultado disso, foram substituídos por símbolos não latinos, porém mais difundidos entre os povos que os utilizam: <ʘ>, <ǀ>, <ǃ>, <ǂ>, e <ǁ> na convenção de Kiel, realizada em 1989. [17]
4.2. Símbolos e sons
O alfabeto fonético internacional baseia-se no alfabeto latino, utilizando-se de quanto menos formas não latinas possíveis. [10] A Associação Fonética Internacional criou o AFI para que os valores sonoros da maioria das consoantes retiradas do alfabeto latino corresponderiam ao seu "uso internacional".[10] As letras <b>, <d>, <f>, <k>, <l>, <m>, <n>, <p>, <t>, <v>, <w> e <z> têm os mesmos valores utilizados no português; e as vogais, também do alfabeto latino (<a>, <e>, <i>, <o>, <u>) correspondem aos seus valores sonoros do português, equivalentes aos sons originais latinos. Outras letras representam valores diferentes do português, representando valores que lhe são dadas em outras línguas, como <j>, <x> e <y>.
Este inventório foi ampliado com o uso de formas maiúsculas ou cursivas, diacríticos e rotações. Existem ainda diversas letras que foram derivadas ou adaptadas do alfabeto grego, embora os valores sonoros nem sempre tenham permanecido equivalentes. Por exemplo, <ʋ> é uma vogal no grego, porém é apenas uma consoante indiretamente relacionada, no AFI. Três destas letras derivadas do grego (<β>, <θ> e <χ>) são utilizadas sem quaisquer modificações à sua forma, enquanto outras (incluindo <ɣ>, <ɛ>, <ɸ>, e <ʋ>) tenham sido levemente modificadas, e codificadas separadamente de suas "letras-mãe" no Unicode.
Os valores sonoros das letras latinas modificadas frequentemente são derivados daqueles utilizados nas letras originais. [18] Por exemplo, letras que apresentam em sua grafia um gancho para baixo e para a direita representam consoantes retroflexas, enquanto letras maiúsculas em tamanho pequeno costumam representar consoantes uvulares. Além do fato de que certos tipos de modificação ao formato de uma letra geralmente correspondem a certos tipos de modificação aos sons que elas representam, normalmente não há maneira de deduzir o som representado por um símbolo através da forma de sua grafia (ao contrário, por exemplo, da Fala Visível).
Além das próprias letras, existe uma grande variedade de símbolos secundários que auxiliam na transcrição. Sinais diacríticos podem ser combinados às letras do AFI de maneira a transcrever os valores fonéticos modificados, ou articulações secundárias. Existem também símbolos especiais para características suprasegmentais, como tonicidade e entonação, que são utilizados com frequência.
Utilização: Ébauche é "esboço" em francês
Existem duas maneiras de utilizar os caracteres do alfabeto fonético internacional para transcrever um determinado idioma: podem-se representar os fonemas, através da a transcrição fonológica (que transcreve os caracteres entre barras) e a transcrição fonética, que representa os sons dos fonemas (e costuma transcrever os caracteres entre colchetes).
Embora o AFI ofereça mais de cem símbolos para transcrever a fala, não é necessário que se utilize de todos os símbolos relevantes ao mesmo tempo; é possível transcrever a fala com diferentes níveis de precisão. O tipo mais preciso de transcrição fonética, no qual os sons são descritos com o maior nível de detalhe que o sistema permite, sem qualquer preocupação com a significância lingüística das distinções feitas desta maneira, é conhecido como transcrição estreita, ou detalhada. Qualquer outra coisa recebe o nome de transcrição larga ou ampla, embora estes termos sejam, obviamente, relativos. Os dois tipos de transcrição são representadas geralmente entre colchetes, [7], porém a transcrição larga por vezes pode estar entre barras e não colchetes.
Duas transcrições fonéticas da palavra "international" ("internacional", em inglês), as quais demonstram duas pronúncias distintas.
A transcrição larga apenas distingue entre os sons que são considerados diferentes pelos falantes de um determinado idioma. Os sons que são pronunciados diferentemente de acordo com os dialetos ou estilos do idioma, ou de acordo com os sons vizinhos, podem ser considerados como sendo sons "iguais" já que são alófonos dos mesmos fonemas. Por exemplo, a pronúncia da palavra "porta" pode ser transcrita de maneira ampla utilizando-se do AFI como /pɔɾtɐ/, e esta transcrição larga (e imprecisa) é uma descrição correta de muitas, ainda que não todas, as pronúncias da palavra no português. Esta transcrição ampla meramente identifica os diferentes componentes foneticamente relevantes da palavra, sem indicar a variedade de sons correspondentes. Por outro lado, as transcrições estreitas (colocadas entre colchetes) especificam a maneira com que cada som é pronunciado. Uma transcrição mais estreita de "porta" iria variar de acordo com a maneira, o sotaque ou o dialeto em que for falada: [pɔːhtɐ], [pɔːɹtɐ] e [pɔːɾtə̆] são algumas das possibilidades.
Nem a transcrição larga nem a estreita para o alfabeto fonético internacional fornecem uma descrição absoluta; elas são descrições relativas dos sons fonéticos. Esta definição se aplica especialmente às vogais no AFI: não existe um mapeamento rápido e consistente entre os símbolos do alfabeto e as faixas de frequência formantes, dependendo da fonologia do idioma em questão.
Embora o alfabeto fonético internacional seja popular entre os linguistas para transliterações, outros métodos, como a notação fonética americanista ou mesmo o AFI aliado a certos símbolos não oficiais, são utilizados por motivos que incluem a redução da margem de erros na leitura de transcrições manuscritas, ou uma suposta inadequação do AFI a certas situações. A prática exata varia consideravelmente de idioma para idioma e mesmo entre cada estudioso ou pesquisador, de maneira que os autores frequentemente optam por incluir uma explicação do motivo de suas escolhas. [19]
O alfabeto fonético internacional não é universal entre os dicionários dos diversos idiomas do mundo. Na República Tcheca, por exemplo, os dicionários de grande circulação no mercado tendem a utilizar o AFI apenas para os sons que não existem no tcheco. [20]
Nos Estados Unidos da América, para representar os sons do inglês, muito dicionários se utilizam de um alfabeto fonético diferente, chamado American phonemic transcription. O sistema americano foi concebido para usar diacríticos em vez de caracteres especiais, o que facilita muito para quem usa computadores sem as fontes do AFI ou máquina de escrever. Contudo, com o crescente uso de computadores e processadores de texto que podem produzir os caracteres do AFI, o sistema de transcrição americano vem sendo, aos poucos, suplantado.
4.3 Ortografias e variantes maiusculizadas
Os símbolos do alfabeto fonético internacional foram incorporados às ortografias-padrão de várias línguas, principalmente na África subsaariana, assim como em outras regiões daquele continente; entre os principais exemplos estão o hauçá, o fula, o akan, o gbe e o mandinga.
Um exemplo das formas maiusculizadas dos símbolos AFI está no kabiyé do norte do Togo, que tem Ɔ Ɛ Ɖ Ŋ Ɣ Ʃ Ʊ (ou Ʋ) - formas maiúsculas de ɔ ɛ ɖ ŋ ɣ ʃ ʊ (ou ʋ): MBƱ AJƐYA KIGBƐNDƱƱ ŊGBƐYƐ KEDIƔZAƔ SƆSƆƆ TƆM SE. Outras formas maiúsculas do alfabeto utilizadas incluem Ɑ Ɓ Ƈ Ɗ Ə/Ǝ Ɠ Ħ Ɯ Ɱ Ɲ Ɵ Ʈ Ʒ Ɽ.
As letras representam os sons básicos do AFI. Os valores dos sons das consoantes são idênticos aos do alfabeto latino e, em muitos casos, correspondem ao uso na língua portuguesa. Os símbolos das vogais são idênticos aos do alfabeto latino ([a], [e], [i], [o], [u]), correspondendo, grosso modo, às vogais da língua espanhola ou italiana. Já as consoantes do alfabeto latino que foram mantidas nem sempre equivalem aos sons que suas equivalentes têm na língua portuguesa ou nas línguas latinas; o [j], não representa o que aparenta na língua portuguesa, mas o j alemão e holandês, que equivale ao som produzido em ditongos com "i", no português, como na palavra "ideia"; o y corresponde ao u francês). O princípio é usar um só símbolo por som, e não como, por exemplo, na língua portuguesa, em que ch e rr, são combinações de símbolos para um som.
O alfabeto fonético internacional divide seus caracteres que representam letras em três categorias: As consoantes egressivas, as consoantes não-egressivas, e as vogais. [21] Cada caractere recebe um número, para evitar confusão entre letras semelhantes (como ɵ e θ), e cada categoria diferente de som recebe diferentes sequências numéricas.
Abaixo estão os símbolos do alfabeto segundo estas divisões. Para saber os códigos correspondentes no Unicode, veja AFI no Unicode. Para mais informações sobre os sons (fonemas) em si, veja Fonética.
As letras que possuem correspondente no alfabeto latino, geralmente recebem também fonema equivalente ao da mesma letra em algum idioma que as usa. Algumas delas aparecem também ligeiramente modificadas. Quando isso ocorre, correspondem a um som similar ao da letra-base. Por exemplo, todas as consoantes retroflexas têm o mesmo símbolo que as consoantes alveolares equivalentes, exceto por adicionarem um "gancho" no canto inferior esquerdo da letra.
Diacríticos podem ser combinados com os símbolos do AFI para transcreverem ligeiras modificações fonéticas ou articulações secundárias. Também, há símbolos especiais para características suprassegmentais, como a tonicidade e o tom.
4.4. Consoantes egressivas
Uma consoante egressiva é uma consoante que é produzida com a obstrução da glote (o espaço entre as cordas vocais) ou da cavidade oral (a boca), e uma emissão de ar, simultânea ou subseqüente, vinda dos pulmões. Estas consoantes são a maior parte das consoantes existentes no alfabeto fonético internacional, bem como em todos os idiomas humanos. Todas as consoantes do português, e do inglês, por exemplo, estão nesta categoria. [22]
A tabela está dividida em linhas que designam o modo de articulação, indicando como a consoante é produzida, e por colunas que indicam o ponto de articulação, indicando em que lugar do trato vocal a consoante foi produzida. A tabela principal inclui apenas consoantes com um único ponto de articulação.
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Nota-se linguisticamente:
- Asteriscos (*) ao lado dos símbolos indicam sons que (até agora) ainda não têm símbolos oficiais no AFI. Ver os respectivos particos para os símbolos ad hoc encontrados na literatura específica.
- Cruzes (†) marcam aqueles símbolos do AFI que foram adicionados recentemente ao Unicode. Até o Unicode 5.1.0 este é o caso da vibrante simples labiodental, simbolizada por um v com um "gancho" para a direita:
- Nas linhas onde alguns símbolos aparecem em pares (as obstruintes), o símbolo à direita sempre representa uma consoante sonora, com exceção do [ɦ]) sussurrado. No entanto, o [ʔ] nunca é sonoro, e a sonoridade do [ʡ] é ambígua. [23] Nas outras linhas (as soantes), cada símbolo representa uma consoante sonoro.
- Embora exista um símbolo específico para o ponto coronal de articulação para cada uma das consoantes exceto as fricativas, em se tratando de determinados idiomas os símbolos podem ser tratados como especificamente dentais, alveolares ou palatoalveolares, de acordo como for apropriado para cada idioma, sem o uso dos diacríticos.
- Áreas escurecidas indicam articulações tidas como impossíveis.
- Os símbolos [ʁ, ʕ, ʢ] representam aproximantes ou fricativas sonoras.
- Em muitos idiomas, como o inglês, [h] e [ɦ] não são exatamente glotais, fricativas, ou aproximantes; ao invés disso, são tidas como meras fonações. [24]
- A forma assumida pela língua, e não a sua posição, que distingüe as fricativas [ʃ ʒ], [ɕ ʑ], e [ʂ ʐ].
- Alguns estudiosos sustentam a opinião de que a nasal labiodental [ɱ] não existe como fonema em qualquer idioma.
As consoantes complexas são sons que envolvem dois pontos de articulação simultâneos, isto é, são pronunciados com o uso de duas partes diferentes do trato vocal ao mesmo tempo. Em inglês o [w] do verbo went ("foi") é uma consoante complexa, ou co-articulada, pois é pronunciada com o arrendondamento dos lábios enquanto o fundo da língua é erguido. Outros idiomas, como o francês e o sueco, possuem diferentes consoantes co-articuladas.
Aproximante velar labializada surda | |
Aproximante velar labializada sonora | |
Aproximante palatal labializada sonora | |
Fricativa pós-alveolar (alvéolo-palatal) palatalizada surda | |
Fricativa pós-alveolar (alvéolo-palatal) palatalizada sonora | |
Fricativo “palato velar" surda | |
Aproximante lateral alveolar velarizada |
Nota-se que o [ɧ] é descrito como "simultaneamente [ʃ] e [x]”. [25] No entanto, está visão é contestada.
4.5. Africadas e articulação dupla
Consoantes africadas e oclusivas duplamenete articuladas são representadas por dois símbolos unidos por uma linha, que pode ocorrer tanto na sua parte superior como inferior. As seis africadas mais comuns podem ser representadas aind por ligaduras, embora esta não seja mais a prática oficial do alfabeto fonético internacional, [7] já que um número excessivo de ligaduras seria necessário para representar todas as africadas desta maneira. Outra notação também costuma ser utilizada para transcrever as africadas, como tˢ no lugar de t͡s, de maneira paralela a kˣ ~ k͡x. Os símbolos para as plosivas palatais <c ɟ>, frequentemente são utilizados como uma forma mais conveniente de [t͡ʃ d͡ʒ] ou africadas parecidas, mesmo em publicações oficiais que usam o AFI, e, portanto devem tais símbolos devem ser interpretados com cuidado.
Linha | Ligadura | Descrição |
ʦ | africada alveolar surda | |
ʣ | africada alveolar sonora | |
ʧ | africada pós-alveolar surda | |
ʤ | africada pós-alveolar sonora | |
ʨ | africada alvéolo-palatal surda | |
ʥ | africada alvéolo-palatal sonora | |
– | africada alveolar lateral surda | |
– | oclusiva labiovelar surda | |
– | oclusiva labiovelar sonora | |
– | oclusiva nasal labiovelar |
Nota-se que o browser se utiliza da fonte Arial Unicode MS para mostrar os caracteres AFI, as seguintes sequências poderão ser formadas incorretamente devido a um bug nesta fonte: ts͡, tʃ͡, tɕ͡, dz͡, dʒ͡, dʑ͡, tɬ͡, kp͡, ɡb͡, ŋm͡.
4.6. Consoantes não-egressivas
As consoantes não-egressivas são sons cujo fluxo de ar não depende dos pulmões. Entre eles estão os cliques (encontrados nas línguas khoisan, da África) e implosivas (encontradas no suaíli, outro idioma africano).
bilabial | bilabial | ʼ | por exemplo: | ||
dental | dental/alveolar | bilabial | |||
pós-alveolar | palatal | dental/alveolar | |||
palatal | velar | velar | |||
lateral alveolar | uvular | fricativa alveolar |
Podemos notar:
- Os cliques são duplamente articulados, e foram descritos tradicionalmente como tendo tanto uma 'liberação' de ar para frente como um 'acompanhamento' na parte de trás, com as letras do clique representando a liberação de ar. Portanto todos os cliques precisariam de duas letras para uma notação mais adequada [k͡ǂ, ɡ͡ǂ, ŋ͡ǂ, q͡ǂ, ɢ͡ǂ, ɴ͡ǂ] etc., ou [ǂ͡k, ǂ͡ɡ, ǂ͡ŋ, ǂ͡q, ǂ͡ɢ, ǂ͡ɴ]. Quando a articulação dorsal foi omitida, um [k] poderá ser presumido. Pesquisas recentes, no entanto, vêm questionando este conceito do 'acompanhamento’. [26] Nestes casos, a letra do clique representa as duas articulações, não há distinção uvular-velar, e a letra que acompanha representa o tipo de clique: [ǂ, ɡǂ, ŋǂ] etc.
- Os símbolos para as implosivas surdas [ƥ, ƭ, ƈ, ƙ, ʠ] não são mais reconhecidas como parte do AFI, embora ainda permanecam no Unicode. Atualmente o alfabeto se utiliza da equivalente sonora com um diacrítico indicando que é surda: [ɓ̥, ʛ̥], etc.
- Embora ainda não tenha sido confirmado em qualquer idioma, e, portanto, não seja reconhecida explicitamente pela AFI, uma implosiva retroflexa, [ᶑ], está disponível em suplementos para o Unicode (Unicode Phonetic Extensions Supplement), acrescentado à versão 4.1 do Unicode Standard, ou podem ser criadas como um [ɗ̡] composto.
- O símbolo para a ejetiva frequentemente toma o lugar de uma oclusiva glotal sobrescrita nas soantes glotalizadas, porém egressivas, como [mˀ], [lˀ], [wˀ], [aˀ]. Estes podem ser transcritos também pelos pouco acurados [m̰], [l̰], [w̰], [a̰].
4.7. Vogais
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As vogais são produzidas sem nenhum impedimento na passagem da corrente de ar: [i], [e], [a], [o], [u], etc.
As semivogais, conforme o nome diz, são sons que têm ao mesmo tempo traços de consoantes e de vogais: [j], [w].
As vogais constituem uma classe de sons cuja produção não envolve uma constrição significativa dos articuladores na cavidade oral, espaço onde a maioria das vogais é produzida. Contrariamente às consoantes, que requerem três parâmetros para a sua descrição, a descrição de vogais requer o fornecimento de informação sobre quatro aspectos da sua articulação, nomeadamente:
- Subida ou descida do corpo da língua (altura: altas, medias baixa);
- Avanço ou recuo do corpo da língua (anteriores vs. posterior/recuadas);
- Arredondamento ou não dos lábios (arredondadas vs. não arredondadas);
- Realização deste movimento com gestos tensos ou relaxados.
5. Considerações finais
Mediante a esse assunto, no qual foi abordado é possível aderir e ter uma noção mais abrangente a respeito da fonética e a fonologia e suas divergências, do ponto de vista sociológico, morfológico e ideológico e segundo alguns teóricos e dentre eles Saussure, como um dos percussores desse parâmetro linguístico. De acordo com esse parâmetro percebe-se sua importância e como isso reflete nos padrões gramaticais e no cotidiano.
Na relação entre a Fonética e a Fonologia, a Fonologia Estruturalista introduziu os conceitos de: Fone: unidade mínima dos sons da fala (realização fonética dos fonemas); Fonema (» mais tarde actualizado para segmento fonológico): unidades distintivas dos sons da fala; abstracção feita a partir das características físicas e distribucionais de um fone.
A fonética como área de estudo da Linguística se ocupa das propriedades (físicas) dos sons da fala, tanto do ponto de vista da percepção como do ponto de vista da produção. Ela se ocupa igualmente das relações que se estabelecem entre as propriedades físicas dos sons da fala e outros módulos da Gramática (sobretudo da Fonologia e por isso estuda o plano concreto/físico/tangível/motor da fala humana. – desempenho.
Entretanto a fonética identifica, descreve e classifica os sons articulados da fala humana, já que a unidade mínima da fonética é o fone ([fone]).
Já a Fonologia, debruça-se sobre o plano abstracto, processos subjacentes (inconscientes, mentais) – competência (Chomsky) e estuda a organização dos sistemas de sons das línguas; através da representação e formalização de modelos/processos sonoros, dá conta do conhecimento (implícito) que os falantes têm das unidades mínimas sonoras da sua própria língua.
Ela explica o funcionamento dos sistemas de sons das línguas e nos dá a unidade mínima da fonologia que é o fonema (/fonema/).
Notas
- ↑ Anais da Academia Brasileira de Letras (2001), p. 181-182.
- ↑ "Letras de hoje" - Curso de Pós-Graduação em Linguística e Letras (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul) e Centro de Estudos da Língua Portuguesa (1985), pp. 59-62.
- ↑ Borba, Francisco da Silva. Pequeno vocabulário de linguística moderna. 2ª edição. Companhia Editora Nacional, 1976. pp. xxvi.
- ↑ O alfabeto fonético internacional é referenciado por considerável parte do meio acadêmico pela sigla em inglês IPA, que foi adotada pela ABRALIN e pela APL. [carece de fontes?][[Categoria:!Artigos que carecem de notas de rodapé desde {{subst:CURRENTMONTHNAME}} de {{subst:CURRENTYEAR}}]]
- ↑ O Acento na língua Kamaiurá.
- ↑ Variação dialetal e lexical na Ilha de Marajó.
- ↑ a b c d International Phonetic Association (IPA), Handbook.
- ↑ a b c d e MacMahon, Michael K. C.. In: P. T. Daniels and W. Bright (eds.). The World's Writing Systems. New York: Oxford University Press, 1996. 821–846 p. ISBN 0-19-507993-0
- ↑ Wall, Joan. International Phonetic Alphabet for Singers: A Manual for English and Foreign Language Diction. [S.l.]: Pst, 1989. ISBN 1877761508
- ↑ a b c d e International Phonetic Association, Handbook, pp. 194–196
- ↑ "Originalmente, a meta era tornar disponível um conjunto de símbolos fonéticos para os quais seriam dados valores articulatórios diferentes, se necessário, em diferentes idiomas." ("Originally, the aim was to make available a set of phonetic symbols which would be given different articulatory values, if necessary, in different languages."). Associação Fonética Internacional, Handbook, pp. 195–196
- ↑ Passy, Paul. (1888). "Our revised alphabet". The Phonetic Teacher: 57–60.
- ↑ a b Pullum and Ladusaw, Phonetic Symbol Guide, pp. 152 & 209
- ↑ Nicolaidis, Katerina (setembro 2005). Approval of New IPA Sound: The Labiodental Flap. International Phonetic Association.
- ↑ International Phonetic Association, Handbook, p. 186
- ↑ "Desde seus primeiros dias a Associação Fonética Internacional teve como meta fornecer 'um sinal separado para cada som distinto; isto é, para cada som que, sendo usado no lugar de outro, no mesmo idioma, pode mudar o significado de uma palavra'." ("From its earliest days…the International Phonetic Association has aimed to provide ‘a separate sign for each distinctive sound; that is, for each sound which, being used instead of another, in the same language, can change the meaning of a word’.". Associação Fonética Internacional, Handbook, p. 27)
- ↑ Laver, Principles of Phonetics,pp 174–175
- ↑ "As novas letras devem ser sugestivas dos sons que representam, através de sua semelhança às antigas ("The new letters should be suggestive of the sounds they represent, by their resemblance to the old ones.") - Associação Fonética Internacional Handbook, p. 196
- ↑ Sally Thomason (2 de janeiro de 2008). Why I Don't Love the International Phonetic Alphabet. Language Log.
- ↑ (cs) Fronek, J.. Velký anglicko-český slovník (em Czech). Praha: Leda, 2006. ISBN 80-7335-022-X
- ↑ Associação Fonética Internacional, Handbook, p. 6.
- ↑ Fromkin, Victoria. An Introduction to Language. Fort Worth, TX: [s.n.], 1998. ISBN 0-03-018682-X
- ↑ Ladefoged and Maddieson, 1996, Sounds of the World's Languages, §2.1.
- ↑ Ladefoged and Maddieson, 1996, Sounds of the World's Languages, §9.3.
- ↑ Ladefoged, Peter. The sounds of the world's languages. Oxford: [s.n.], 1996. ISBN 0-631-19815-6
- ↑ Amanda L. Miller et al., "Differences in airstream and posterior place of articulation among Nǀuu lingual stops". Submetido ao Journal of the International Phonetic Association. Visitado em 2007-05-27.
Referências Bibliográficas
A. SHANE, Sanford. Fonologia Gerativa. - Tradução da 1 a. ed – Rio de Janeiro, Zahar Editores, 1975.
BORBA, Francisco da Silva. Pequeno vocabulário de linguística moderna. 2ª edição. Companhia Editora Nacional, 1976. pp. xxvi.
MacMahon, Michael K. C.. In: P. T. Daniels and W. Bright (eds.). The World's Writing Systems. New York: Oxford University Press, 1996. 821–846 p. ISBN 0-19-507993-0
Wall, Joan. International Phonetic Alphabet for Singers: A Manual for English and Foreign Language Diction. [S.l.]: Pst, 1989. ISBN 1877761508
Passy, Paul. (1888). "Our revised alphabet". The Phonetic Teacher: 57–60.
Fromkin, Victoria. An Introduction to Language. Fort Worth, TX: [s.n.], 1998. ISBN 0-03-018682-X Ladefoged and Maddieson, 1996, Sounds of the World's Languages, §2.1.
<<http://www.cefala.org/fonologia/fonologia_modelos_lineares_gerativa_tracos_1.php Acesso em: 13 abril 2011 >>
Obs.:
caso necessite deste artigo completo com tabelas, favor enviar um e mail á: adilson_491971@hotmail.com
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